terça-feira, 12 de maio de 2009

VINDE ESPÍRITO SANTO ! DÁ-ME O DOM DA CIÊNCIA !

As catequeses de João Paulo II sobre os dons do Espírito Santo
O Dom da Ciência
Falemos de outro dom do Espírito Santo, o da ciência, pelo qual nos é dado a conhecer o verdadeiro valor das criaturas na sua relação com o Criador.

Sabemos que o homem moderno, precisamente em virtude do desenvolvimento das ciências, está particularmente exposto à tentação de dar uma interpretação naturalística ao mundo; perante a riqueza multiforme das coisas, da sua complexidade, variedade e beleza, a humanidade corre o risco de as absolutizar e quase de divinizá-las até as transformar no fim supremo da vida de cada um.
Isto sucede, sobretudo, quando se trata das riquezas, do prazer ou do poder que as coisas materiais podem proporcionar. É perante estes ídolos que o mundo hoje frequentemente se verga.
Para resistir a essa tentação subtil e para remediar as consequências nefastas que daí podem advir, o Espírito Santo socorre o homem com o dom da ciência. É esta que ajuda a valorar corretamente as coisas na sua dependência essencial em relação ao Criador. Graças a ela - como escreve S. Tomás - o homem não estima as criaturas mais do que elas valem e não as transforma na finalidade da sua vida em detrimento de Deus (cf. S. Th., II-II, q. 9, a. 4).
Assim, consegue descobrir o sentido teológico da criação vendo as coisas como manifestações verdadeiras e reais, embora limitadas, da verdade, da beleza do amor infinito que é Deus e, consequentemente, sente-se impelido a traduzir esta descoberta em louvor, cânticos, oração e acção de graças. É isto que tantas vezes e de tantas formas nos sugere o livro dos Salmos, como entre outros: “Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sal 18/19, 2; cf. Sal 8, 2), " Louvai ao SENHOR do alto dos céus; louvai-o nas alturas! Louvai-o, Sol e Lua; louvai-o, estrelas luminosas" (Sal 148 1. 3).O homem, iluminado pela Ciência, descobre ainda a infinita distância que separa o criador da criação, a sua intrínseca limitação, a insídia que pode constituir quando, pelo pecado, dela (criação) é feito mau uso.
É uma descoberta que o leva a aperceber-se da sua pequenez e lhe dá ímpeto e confiança para se voltar para Aquele que é o único que pode saciá-lo no seu apetite pelo infinito.Esta foi a experiência dos Santos, mas foi vivida de forma singular pela Virgem que, com o exemplo do seu percurso, nos ensina a caminhar entre as vicissitudes do mundo com os nossos corações fixados na única fonte da verdadeira alegria.

ORAÇÃO
Vinde, Espírito de Ciência!
Fazei-me ver a vaidade de todos os bens caducos deste mundo, para que não use deles senão para Vossa maior glória e salvação da minha alma.

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